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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Prefeitura apresenta projeto de revitalização da Glicério


A Prefeitura apresentou um plano para a revitalização da Avenida Francisco Glicério, no Centro de Campinas, na manhã desta quinta-feira (11). A proposta é tida como o início do projeto de transformação da região central.
 
O projeto prevê o fim das faixas de estacionamento para o alargamento das calçadas em dois metros. Nesse espaço serão implantados quiosques padronizados de alimentação, de jornais e revistas e outros serviços. Toda a fiação elétrica e telefônica será subterrânea. A via terá novos pontos de ônibus e estações de transferência e ganhará novo paisagismo. 
 
O prefeito Jonas Donizette (PSB) vai enviar à Câmara projeto de lei definindo um padrão de publicidade que terá que ser adotado nas fachadas dos edifícios comerciais para despoluir o Centro.
 
As obras começam em janeiro de 2015 e devem terminar em dezembro. O projeto será feito em etapas. As obras devem começar no ponto da avenida mais próximo à Avenida Orosimbo Maia e seguir por 1,2 quilômetros até a Aquidabã. O prefeito garantiu que sua equipe estuda uma forma de as obras impactarem o mínimo possível a população e comerciantes.
 
O modelo de calçadas que será implantado na Glicério - placas de concreto de 40 cm x 40 cm na passagem dos pedestres e mosaico português com desenho de andorinhas na parte que será ampliada - será adotado por toda a cidade.
 
As praças e os edifícios históricos do Centro receberão iluminação cênica. A CPFL Energia doou o projeto para o Largo do Pará e o viaduto da Avenida Aquidabã, e a Phillips os do Largo do Rosário e Palácio da Justiça. Está sendo elaborado o projeto para os prédios históricos que, na revitalização, ganharão mais visibilidade com a retirada dos equipamentos que hoje escondem as fachadas.
 
Será proibido parar em qualquer lugar da avenida. Como terá uma faixa a menos de rolamento, em vários locais haverá recuo na calçada para paradas rápidas.

A Administração fará um chamamento de empresas para que apresentem projetos incluindo estudos técnicos, jurídicos, econômico-financeiros e de localização para a implantação de estacionamentos subterrâneos no Centro. Eles serão construídos embaixo das praças.
 
Custo

O orçamento da revitalização da Avenida Francisco Glicério já está em R$ 11,4 milhões, mas falta ainda incluir no custo o enterramento da fiação de energia elétrica e transformadores que será custeado pela CPFL Energia.
 
A empresa informou que em algumas semanas terá os valores. A Prefeitura vai investir R$ 6 milhões, a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) R$ 3 milhões e as empresas de telefonia mais R$ 2,4 milhões.
 
O investimento da Prefeitura e Sanasa virão de compensações por aprovações de empreendimentos na cidade que forem acordadas a partir de agora, em termos de ajustamento de conduta (TAC). Essa verba vai custear as adaptações das redes de água e esgoto, a reformulação das calçadas, implantação de estações de transferência do transporte coletivo, compra das bancas e implantação dos quiosques.
 
O prefeito Jonas Donizette (PSB) disse ontem que vai chamar os permissionários instalados na avenida para participar do projeto.
 
Incentivo

Um projeto de lei será encaminhado à Câmara reduzindo de 5% para 2% a alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) para as empresas de alta tecnologia que se instalarem no Centro. A intenção é ocupar as muitas salas vazias nos edifícios nessa área com uma atividade que agrega valor, é exercida por mão de obra jovem, que trabalhar até tarde e que, certamente, exigirá melhores bares e restaurantes e outros serviços durante a noite

O comércio instalado nas calçadas, como lanchonetes, bancas de jornais e revistas, vendas de objetos em geral terá que se adaptar às novas bancas que estão sendo projetadas pela Prefeitura e se passarão a ocupar a área estendida da calçada da avenida. A Administração vai definir a atividade que interessa ao novo Centro. As bancas estarão instaladas em uma espécie de bulevar, cercadas por floreiras, com bancos para as pessoas se sentarem. Elas ficarão de costas para a avenida e a parte de trás será coberta por pinturas de artistas que serão chamados pela Administração

Reflexos
 
Na reformulação da Glicério está a aposta da Administração para a reconstrução do Centro. O setor da construção civil espera por isso. "Não há dúvida de que o projeto da Glicério vai valorizar os edíficios" , disse o diretor regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) Márcio Benvenutti. "Esse processo valoriza demais os imóveis e dão uma nova cara ao Centro", disse.
 
A arquiteta Maria Rita Amoroso, que elaborou o projeto de revitalização e que foi doado à Prefeitura pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), disse que o maior da proposta é manter a identidade do Centro. "A revitalização da Glicério poderá ser o mote para uma mudança geral da região central, com a restauração de prédios históricos, a atração de atividades de cultura e lazer especialmente a noite e despertar o interesse das pessoas em voltar a morar nessa região", afirmou.
 
O presidente do Conselho de Administração da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Edivaldo de Sousa Pinto, disse que o comércio vai apoiar e espera por mudanças que possam atrair mais pessoas ao Centro para comprar. A entidade será a interlocutora entre Prefeitura e os comerciantes, que não participará financeiramente das obras de revitalização - eles custearão apenas as ligações de água, luz, energia, internet e outras da porta para dentro dos estabelecimentos.
 
O comerciante disse que está otimista e acredita que dessa vez não irá ocorrer o caos vivido na Rua 13 de Maio, que começou a ser revitalizada em 2003, enfrentou de mais de um ano de obras que afastaram os consumidores, irritaram lojistas e custaram R$ 7 milhões em recursos públicos.
 
O prefeito disse que a iniciativa de iniciar o projeto pela Glicério foi porque essa avenida é um símbolo da cidade. "É nela que ocorre o desfile cívico, as manifestações, os protestos. Tenho convicção que a população vai apoiar a obra" , afirmou. Ele, no entanto, admite que haverá transtornos e dificuldades porque as obras ocorrerão com as atividades instaladas na via funcionando normalmente. "Será como reformar a casa morando nela" , afirmou

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